Hoje ela acordou e foi até a janela, viu que seria mais um dia chuvoso de inverno, tirou seu pijama, vestiu aquela blusa branca escrita I USA, e o seu moleton velho preferido por cima, e saiu. Lá fora o mundo lhe parecia diferente, as pessoas estavam diferentes, elas estavam pacientes, elas se respeitavam. Ela pensou que poderia ser um sonho, que ainda não haveria acordado, se beliscou, mas de nada adiantou, tudo era realidade. Sentou-se naquele banco da praça, ao lado daquele senhor que lia o jornal de ponta-cabeça, tentou entender o sentido disso, mas não conseguiu.
Então começou lembrar das coisas que fez no dia anterior, e sentiu um pontada em seu peito, ela lembrou, e aquele sentimento que ela tanto queria esquecer voltou, e dominou a sua mente. Lembranças que ela queria lembrar, mas ao mesmo tempo esquecer, porque lhe faziam mal.
Ela lembrou do sorriso dele, o sorriso que a muito tempo não via mais, porque ele havia sumido, e quando ela lembrava desse mesmo sorriso, um outro invadia a sua face, e uma lágrima sem querer,derramava. Lembrar dele fazia ela lembrar dos tempos em que passaram juntos, dos tantos Te Amo que juravam um para o outro, mas ela sabia que apenas um era verdadeiro. Doía muito lembrar dele, porque ele foi, e ainda é, o maior amor que ela já teve em seu coração. Ela fica pensando, se um dia seu coração vai ser capaz de se entregar, e conhecer um outro, que bata no mesmo ritmo que o seu, que o cure desse mal.
Ela começa a sentir raiva, raiva do mundo, porque foi o mundo que o separou dela. Ela não entende, estavam tão bem, até que desentendimento causados pelo mundo os fizeram chegar ao fim. Ela culpa o mundo, diz todo o dia, foda-se o mundo, mas no fundo ela sabe, que a culpa foi dos dois, que o que faltou foi o que ela sempre achou que estivesse sobrando, faltou o AMOR. E hoje ela conheceu um alguém, completamente diferente, que a fez feliz de novo, que fez ela voltar a sorrir de novo, mas que mais uma vez o maldito mundo, o separou dela. E a raiva contra o mundo só vai aumentando, mas ela mantém a esperança que esse mesmo mundo que a separou de quem ela mais ama, vai ser o mesmo mundo que a vai unir, com alguém que a ama. Então ela seca suas lágrimas, olha para o lado para dizer tchau para o homem que lia o jornal de ponta-cabeça, mas percebeu que ele havia sumido, e que no seu lugar existia uma rosa branca e um bilhete dizendo: um dia, o mundo lhe fará feliz, e você entenderá!
Olhou a sua volta, não existia nenhuma roseira branca perto dela, só roseiras vermelhas. Olhou para o céu, e percebeu que o dia chuvoso que tinha visto logo quando acordou havia ido embora. Em seu lugar nuvens brancas e um céu azul brilhavam , e um lindo arco-iris se desenhava, e terminava em uma vasta plantação de roseiras brancas. Em fim, ela se levantou com a sua rosa na mão e caminhou, sem rumo, na direção do arco-iris sem saber se volta, mas com a unica certeza, que o mundo, finalmente caiu em si, e ia lhe fazer feliz.

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