Deixar de ser aquela menininha com bochechas rosadas pode ter sido a parte mais difícil do meu destino. Porém, mesmo que eu adiasse essa parte, um dia ela ia chegar. Tirar as bonecas da estante, e em seu lugar colocar estojos de maquiagens, livros e uma rotina fora do comum, são provas que garotinha está aos poucos se tornando uma mulher. Ontem, minha cabeça se ocupava com cantigas de roda, hoje são as preocupações e problemas do dia-dia que fazem minha mente girar. Parar para pensar, faz com que pareça que 15 anos passaram-se como 15 dias. Uma lagarta que se transformou em uma linda borboleta, e que hoje está prestes a ter seu primeiro vôo sozinha. A única certeza que tenho, é que aquela garotinha nunca foi embora, apenas está adormecida dentro de mim. Mesmo sendo uma cena incomum, quando me sentir sozinha, vou pegar novamente minhas bonecas, e libertar a garotinha, nem que seja por mais 15 minutos. Quinze longos minutos.
“Largada na árvore, a imaginar quem vai ser. Não se pode ir longe, mas sempre se pode sonhar”
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