na frente da lareira, deitada em baixo de um cobertor, e com a xícara de chocolate quente na mão, eu vejo o fogo queimar. Olhando, fitando as suas chamas que nascem da faísca na madeira, e terminarem como fumaça pairando no ar. Ali eu me perdi em meus pensamentos, voei para um dentro de mim. Normalmente, sempre penso em você,e no nosso amor. Mas aquela noite foi diferente, de alguma maneira. Queixei-me tanto de sua falta, mas vivi ela todo o dia. Aprendi a não mais demonstrar meus sentimentos, a não me iludir que um dia você iria voltar. Meus pensamentos aos poucos iam se afastando da realidade. Pensando em meu futuro, vi-me em um lugar que até então eu desconheço, mas não estava só, por mais inevitável, era você comigo. Num campo aberto, perfume de lavanda,pássaros cantavam melodias de fundo. Duas crianças lindas corriam atrás de borboletas, e nós dois, sentados na grama abraçados. Era sem dúvida, uma família linda, a nossa família. Sem erro, sem trevas, tudo que existia era o amor. E do nada, você me diz que precisa ir embora, só que não vai mais voltar, que era para mim abrir meus olhos, que os sonhos, muitas vezes, não tem condições de se tornarem reais. Você sumiu, as duas crianças e o lugar lindo desapareceram, agora o que restava, era apenas eu, na frente da lareira, com minha xícara de chá na mão.

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